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No último ano um número cada vez maior de localidades vem declarando as mudanças climáticas como uma emergência. Cerca de 30 países, incluindo Reino Unido, França, Espanha, Canadá e Argentina, compõem até o momento a lista de nações que declararam estado de emergência climática, e o Brasil está em busca de ocupar a 31ª posição. Essa é a ideia do Deputado Federal do Rio de Janeiro Alessandro Molon, autor do Projeto de Lei nº 3.961/2020 que pretende colocar o país em estado de emergência climática até que as ações para reduzir o impacto da atividade humana no clima deixem de ser urgentes e necessárias.
O projeto também estabelece como meta a neutralização das emissões de Gases de Efeito Estufa (GEE) no Brasil até 2050. O ambicioso objetivo seria alcançado com base no Plano Nacional de Resposta à Emergência Climática, cuja elaboração e publicação é previsto em até um ano após publicação da lei, o qual por sua vez delinearia metas quinquenais (de 5 em 5 anos) progressivas até 2050 além de ações a serem adotadas para o atingimento das metas correspondentes.
Dois pontos principais do Projeto de Lei são a transparência prevista do monitoramento das metas e a proibição do contingenciamento de quaisquer fundos ou recursos destinados as metas propostas. A cargo do Poder Executivo Federal, a transparência se dará através de relatórios anuais de acompanhamento do cumprimento do referido plano, incluindo o estágio de cada uma das metas estabelecidas e das ações correspondentes. O texto impede que o governo brasileiro, durante a situação de emergência, remaneje os recursos orçamentários destinados à proteção ambiental, ao combate ao desmatamento e à reversão das mudanças climáticas provocadas pelo homem.
O texto apesar de ser sucinto (6 páginas com 5 artigos e uma justificativa), é, nas palavras do próprio Deputado Molon, um passo inicial para que o país se firme oficialmente como um dos principais colaboradores contra as mudanças climáticas. Futuramente o plano irá incorporar contribuições da sociedade civil (por meio de audiências públicas online) e de demais entidades. Cabe relembrar que em 2016 o Brasil ratificou o Acordo de Paris sobre Mudança do Clima, celebrado no ano anterior durante a 21ª Conferência das Partes (COP21), comprometendo a reduzir as emissões nacionais de GEE em 37% abaixo dos níveis de 2005, até 2025, e posteriormente reduzir as emissões GEE em 43% abaixo dos níveis de 2005, até 2030.
Para quem possuí interesse em acompanhar o processo de tramitação do Projeto de Lei e contribuir com alterações do texto é possível se inscrever como apoiador do projeto na página www.emergenciaclimaticaja.eco.br, onde o texto na íntegra também está disponível. O Instituto Clima e Sociedade, por meio de sua página do YouTube, também possuí registrado o debate online sobre o Projeto de Lei, com participação do seu criador (Deputado Alessandro Molon), Marina Grossi (CEBDS), Marina Cançado (XP) Caroline Prolo (LACLIMA) e Natalie Unterstell (Instituto Molon) (https://www.youtube.com/watch?v=UJ5QPO0j5zE).